O primeiro Emprego de Carolina

Sendo que desta forma empreendeu-se no trabalho e só vivia para aquilo, quando era preciso quer fosse sábados, domingos ou feriados ou mesmo á noite, tudo o que aparecesse em horas extraordinárias para fazer ela fazia, recorda-se perfeitamente do seu primeiro ordenado, que já nesse mesmo mês de Abril de 1984, ela trouxe para casa mais dinheiro em horas extraordinárias, do que propriamente do salário. Chegando a casa e dando todo o dinheiro á sua Mãe, que nada disse. Os anos passaram-se e a Carolina continuou a trabalhar nesse trabalho, que se chamava Cooperativa Alfamoda – Confecção de Vestuário e estava situada na Charneca do Lumiar – Lisboa. Este primeiro trabalho marcou-a profundamente, porque além de ser muito nova aprendeu imenso sobretudo com pessoas muito mais velhas do que ela, começou a amadurecer a partir dali.
Porque pelo facto de estar a trabalhar com pessoas mais velhas do que ela, algumas delas tinham uma experiência de vida, que Carolina as considerava como os seus ídolos, inclusive a D.ª Esperança, a D.ª Conceição, a D.ª Ilda, a sua e grande Amiga Edite, que desde que saiu daquele trabalho que não a vê, as três primeiras Mulheres, porque são ou foram mulheres em todo os seu ser da palavra MULHER, andavam na casa dos cinquenta e tais anos, mas tinham uma experiência de vida, deslumbrante, só a Conceição é que era casada, a Esperança e a Ilda eram solteiras, mas apesar de sem solteiras, com o seu carisma e personalidades muitos fortes e pessoais, ensinaram-me, o que quase sabe hoje a nível de relacionamentos com as pessoas, a maneira de se resolver certos assuntos, com delicadeza com sensatez, e a nível de trabalho eram perfeitas, era um trabalho muito cansativo, havia alturas em que não tinham trabalho ou porque faltavam botões ou fechos ou até mesmo os próprios tecidos, pois teriam só que trabalhar com os tecidos fechos e botões da Marca da confecção, e que eram importados, e muitas vezes ficavam retidos na alfândega, para inspecção, e nesses dias que não tinham trabalho, apesar de marcarem a presença na fábrica, aproveitavam e confeccionavam as roupas delas, as profissionais ensinavam ás amadoras que era o seu caso entre outras e entre elas a sua grande Amiga Edite, uma Amiga que está gravada no meu coração, e que já não a v desde sensivelmente 1990, altura em que saiu desse trabalho.
Quando tinha dezanove anos e estando a trabalhar na Alfamoda, o seu primeiro trabalho, apanhou uma broncopneumonia, é uma doença do trato respiratório em que tem febres altas, suores, arrepios, tosse seca, pontadas nas costas, os sintomas mais frequentes que ela tinha era a febre, a tosse seca, bem seca por sinal, e apanhou esta doença numa terça feira do mês de Março do ano de 1985, início da Primavera, mas como ela é um pouco teimosa e a teimosia, pode ser um defeito ou uma virtude, dependendo dos pontos de vista, ela não veio para casa e continuou a trabalhar, e o dia que se seguiu, quarta-feira, lá foi ela trabalhar novamente, tanto as suas colegas como a sua encarregada e até mesmo o seu chefe, queriam que ela ficasse em casa, mas em casa também nada resolvia, e nesse mesmo dia de quarta feira á noite o médico particular veio a casa, para lhe fazer uma consulta, onde a auscultou, e disse que era uma simples constipação, e receitou-lhe um antibiótico que começou de imediato a tomar, mas passadas as vinte e quatro horas não fazia efeito, e mais uma vez na quinta feira de manhã lá foi ela trabalhar e a situação a agravar-se, até que á hora de almoço essa sua melhor Amiga e com a devida autorização dos seus superiores chamou um táxi, e veio traze- la a casa, e aí ela já não teve hipótese de voltar ao trabalho, novamente a sua mãe chama o médico a casa, que novamente me receitou outro tipo de antibiótico, que tomou durante o resto de quinta e sexta, e sábado, e novamente sem surtir efeito, até que a tosse já era tanta e ela mal conseguia respirar, e sem dormir, por volta da uma hora da manhã disse á sua mãe para a levar para o Hospital, pois já não conseguia mais, a febre cada vez era mais alta aonde chegou a atingir os 42 graus, e foi neste espaço de tempo entre o chegar ao hospital e de ter dado entrada nas urgências, que Carolina viu a morte á sua frente, e começou a pensar em tudo e em todas as pessoas que a rodeavam sendo, familiares, Amigos/as, e colegas de trabalho, que perecia que se estava despedir deles, um a um…
E no hospital eram três médicos a auscultarem-na e não conseguiam ouvir nada, até que um deles teve a brilhante ideia de a mandar ao raio x, e com 42 graus de febre, e só no raio x, é que acusou que ela estava completamente, apanhada pela infecção do micróbio característico da broncopneumonia, que dá por nome Staphylococcus aureus
“ Também pode ser chamada de pneumonia lobular e este termo é usado porque processo inflamatório respeita os limites septais , envolvendo alguns lóbulos pulmonares secundários .
Ao contrário da pneumonia segmentar , a lesão ocorre inicialmente nos bronquíolos terminais e respiratórios, em vez de espaços aéreos terminais. Geralmente vários focos de infecção desenvolvem-se simultaneamente.O processo se expande para o parênquima pulmonar adjacente, para produzir agregados inflamatórios no espaço aéreo ao redor do brônquio ou bronquíolo. Com frequência essa expansão ocorre pelos canais de Lambert, em seguida atinge os alvéolos envolvendo os poros de Kohn. Na amostra radiográfica podem ser encontrados nódulos mal definidos ou placas de densidade aumentada. Não raramente as radiografias podem mostrar pequenas transparências em forma de bolhas
dentro ou nos bordos da densidade alveolar. Tais radiotransparências podem representar áreas de pulmão não comprometido demonstradas em contraste contra o parênquima o pacificado , o denominado alveolograma aéreo.
Os agentes mais comuns a causarem a broncopneumonia são o Staphylococcus aureus e os microorganismos gram- negativos “ ¹,
E atingiu completamente os dois pulmões, dai ela quase já não podia respirar “ . E como devem calcular ela ficou internada, durante semana e meia. E custou-lhe imenso o facto de ficar internada, porque ela depois só pensava que precisavam dela no trabalho. E como é que ia fazer... E que já não ia ver mais ninguém, nem família nem Amigos…
E ao pensar consecutivamente, naquilo Carolina sentiu uma força enorme dentro dela, que veio não sei de onde, que ainda hoje não sabe explicar o que realmente aconteceu, mas que apesar de estar debilitada como estava, o seu organismo começou a reagir á medicação que estava a tomar no hospital, e posso mesmo dizer que conforme apanhou esta Pois o seu ______________________________________________________________
¹ http://www.capscursos.com.br/docs/artigoPNEUMONIA-%20Alet%E9a.pdf
destino não terminava ali. E ficou os restantes dias internada para poder fazer a recuperação e ao fim de oito dias fazer novamente o raio X, para ver se estava realmente limpa. E porque a apanhou a broncopneumonia, em três dias, também a curou em três dias, não fumava não bebia, mas acho que foi sobretudo a força interior que ela sentiu dentro dela, que a fez reviver novamente. A vida continuava e porque as pessoas que gostavam dela queriam vê-la no activo novamente, e apesar de um mês de baixa regressou ao seu trabalho, e ao seu ciclo de vida que estava a ter, já namorava nessa altura e nunca se esquece das simples palavras do seu pai, que disse á sua cabeceira na cama do Hospital quando ele disse ali mesmo ao seu namorado, que era a única filha que tinha e que nunca a queria ver infeliz, e o seu namorado disse que isso nunca iria acontecer. O tempo foi passando e ela ia vivendo a sua vida, estava com o namorado aos fins de semana, e assim ia vivendo…

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