O período escolar de Carolina

Feita a 4.ª classe e a primeira comunhão, praticamente as duas primeiras etapas da vida de Carolina, fez o 5.º e o 6.º ano, na TV/Telescola Oficial, n.º 588, em Marvila, que hoje está dominada como Escola João dos Santos, o ensino na telescola era diferente, o ensino era dado via televisão, e tinha um professor, que dava aulas a duas ou três disciplinas ao mesmo tempo, não foi um ensino que nessa altura despertasse grande interesse, talvez por ser via televisão, mas como os pais de Carolina, não tinham possibilidades para a colocarem noutras escolas, ela esforçou-se para fazer o 5.º 6.º ano, e que terminou no ano lectivo de 1979/1980.
Mas estes dois anos em que esteve inscrita na Telescola, a sua mãe inscreveu-a no Centro Social da Prodac, é um centro da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, onde os pais mais carenciados economicamente, e sem pagarem mensalidades, inscreviam os seus filhos para estarem ocupados nos tempos livres, uma vez que eles estavam a trabalhar o dia todo, como hoje ainda acontece, e como tinha aulas de tarde ela passava as manhãs nesse centro, onde gostou imenso de estar pois tinham as manhas divididas em duas partes, que era das nove ás dez e trinta minutos eram única e exclusivamente para fazerem os trabalhos de casa, tirarem dúvidas, e depois a seguir ao recreio, das onze ao meio dia e meio tinham um dia para cada actividade, que era culinária, costura, trabalhos manuais, ginástica, e por fim na sexta feira era um dia livre em que faziam jogos, brincavam, etc…. e nestas actividades aprendiam a fazer as coisas que as próprias actividades assim o dissem, o que para Carolina, foi muito gratificante, além de fazerem os trabalhos da escola em conjunto, tinham esta possibilidade de fazer e aprender e aperfeiçoarem-se ao fazerem novamente, quando as coisas não corriam bem, foi uma experiência muito bem aproveitada pela Carolina, a todos os níveis. Pois este centro também elaborava campismo, e tinhas casas em Sintra, que não sabia ao certo se pertenciam á Instituição da Santa casa ou não, mas que foi por várias vezes passar fins de semana, onde cada aluno tinha uma lista das coisas que havia de levar para as refeições, alem das suas pessoais é claro, e que posteriormente eram elaboradas em conjunto, e que lá está aprendiam na prática a fazer as coisas, com tudo o que levavam, e era muito gratificante o facto de fazerem campismo e actividades ao ar livre como jogos, passeios, brincadeiras e no tempo da praia faziam praia durante quinze dias. Apesar das dificuldades económicas dos pais, nunca lhe disseram que não a um passeio escolar, pois achavam que era uma mais valia para ela, ir conhecer coisas e aprender coisas novas, foram dois anos que a marcaram positivamente.
Continuando o seu percurso pelos estudos matriculou-se na Escola Industrial e Secundária Afonso Domingos que era assim que se chamava, onde já era outro tipo de ensino, tinham um professor por cada disciplina, e as disciplinas que ela mais gostava eram a Geografia, Inglês, História, Trabalhos Oficinais, estes trabalhos oficinais eram trabalhos feitos em oficinas, e era um período por cada área, ou seja tapeçaria, electricidade, metalomecânica, desenho, consoante o ano escolar, como eram trabalhos feitos por os alunos, não só na teoria mas sim na prática, mais uma vez foi muito gratificante, pelo facto de estar a realizar coisas, dar vida a certos e determinados materiais, era muito bom, e no final do ano, e depois dos nossos trabalhos concluídos e terem estado em exposição na escola, quem os quisesse trazer, teria que os pagar, pelo menos os matérias utilizados, na realização desses produtos, e ela ficou com uma pena enorme de não poder trazer uma tapeçaria de parede, que fez, mas que nada podia fazer, como ela nessa escola para ter direito a um diploma, o que não aconteceu, pois teria que ter completado, o 7.º, 8.º, e 9.º ano de escolaridade, e não se proporcionou, derivado ela no oitavo ano como era uma idade de adolescente, e pensava que a vida era alegre e sorridente, não faltava ás aulas, mas estava nas aulas e estava noutro mundo, lia revistas, fazia desenhos, escrevia coisas que nada tinha a ver com a matéria dada nas aulas e assim sucessivamente, e andou dois anos para tirar o 8.º Ano.

E os seus pais como sempre tiveram poucos recursos económicos, no segundo ano do oitavo ano, a sua Mãe, começou a encostá-la á parede, e na altura e reconhecendo agora com a sua Mãe tinha razão, mas são as idades da adolescência em ela a Carolina, queria viver a adolescência, e começou a dizer se era par andar a passear os livros, que era melhor ir trabalhar, porque não tinha dinheiro para que ela não tirasse proveito na escola e andasse a brincar e a passear os livros, mas chegou ao final do ano lectivo, e mostrou que passou de ano, para o nono ano, e como logo no inicio do novo ano escolar, começou novamente a ouvir a mesma história, que a reforma era pequena, que não era para andar a brincar e sim estudar, se não que fosse trabalhar, e era assim todos os dia, até que chegadas as féria da Páscoa, os quinzes dias que ela teve de férias andou a arranjar trabalho para ir trabalhar, falou com pessoas conhecidas, e arranjou um trabalho que começou logo a trabalhar, mais precisamente no dia nove de Abril de 1984, numa fábrica de confecções, e ao comunicar isso á sua Mãe, ela gostou e não gostou. Gostou porque era mais dinheiro que entrava em casa e não gostou porque ela deixou de estudar, mas acontece de que a sua ideia dos estudos era outra, o de querer ir estudar á noite, o que tal não aconteceu porque a sua mãe não a deixou, alegando que eu era filha única e podia acontecer alguma coisa, e como o seu pai estava na terra a tomar conta dos seus Avós paternos, pois o seu pai é filho único, e como os seus Avós não tinham mais ninguém e a sua Mãe não quis ir para a terra alegando, que estava melhor em Lisboa, por casa da Filha, para lhe dar um futuro melhor, acabou por acatar a decisão da sua Mãe, e não foi estudar á noite, como era o seu objectivo…….

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